Obituário.

É estranho saber que a cada minuto uma pessoa morre no mundo. Mas o que é mais estranho é quando você conhece uma pessoa que morreu. Mesmo que você nunca tenha conhecido. Nunca tenha visto pessoalmente. Nunca tenha trocado algumas palavras. O mais estranho ainda é ver a gravação do corpo dessa pessoa sendo retirado do local onde sua alma deixou esse mundo, entrando no carro do IML da cidade de New York. Saber que talvez o legista que irá estudar as causas de sua morte, tenha sido um grande fã de seus filmes. Que o filme Brokeback mountain esteja na lista de seus filmes favoritos.

Também é estranho saber que às 18:25, a hora em que ele foi encontrado, eu estava conversando com minha amiga na internet sobre um óculos que comprei.

É mesmo... Estranho. Saber que nunca mais vou vê-lo nos cartazes do cinema. Ele não era meu ator favorito. Mas sempre gostei de seus filmes. E sempre o achei lindo. E estranho saber que ao digitar essas palavras (quase 3 horas depois que seu corpo foi encontrado), ele está deitado numa cama gelada, esperando o momento em que se tornará cinzas, ou será envolvido pela terra.

É.
Estranho.
Mas.
Real.

Mais uma estrela vai brilhar no céu.

A morte... é inevitável.


“Eu odeio o jeito que você fala comigo. E o jeito que você corta o cabelo.
Eu odeio o jeito que dirige meu carro. Eu odeio quando você encara.
Eu odeio as suas bobas botas de combate e o jeito que lê a minha mente.
Eu te odeio tanto que fico doente — E isso me faz rimar.
Eu odeio o jeito como você sempre esta certo. Odeio quando mente.
Eu odeio quando me faz rir — E muito mais quando me faz chorar.
Eu odeio quando você não esta perto. E o fato de você não ligar.
Mas mais ainda, eu odeio o jeito como não te odeio — Nem de longe, nem um pouquinho, nem nada."

Escutando: Hamburg Song - Keane
Foto: Star Gazers by *celesse

Be in peace.